segunda-feira, julho 13, 2009

Amanhã...

Amanhã já se faz tarde
E hoje voltei a esperar...
Fui hesitante e cobarde
E amanhã não vais cá estar...
Amanhã já não me importo
Mas hoje só sei pensar
Que esta sombra que transporto,
Amanhã vai-me encontrar.

Rouco alento rasga-me as palavras por dizer,
Que talento tenho p'ra depois me arrepender;
Gozo da minha liberdade incondicional,
Erva daninha que planto bem no meu quintal.

Amanhã é outro dia
E hoje ainda sinto a dor,
Torturada companhia
De um amanhã sem sabor.
Relento na minha praça
Que amanhã será maior...
E hoje não sei o que faça
Para um amanhã melhor.

Letras vãs decrevem círculos na minha mão,
Anciãs mordaças presas ao meu coração;
Quero dobrar o infinito dentro da razão,
Mas o meu olhar perdeu-se num ido Verão...

13/07/2009
18:24

quinta-feira, julho 09, 2009

Definição.

Sou um conceito difuso,
Uma sombra diluída
Na escuridão deste inverno;
Sou pensamento recluso
A compreensão banida
De um silogismo moderno.

Sou um astro entristecido
Neste espaço sideral
Em que o silêncio perdura,
E sou lamento esquecido
De uma falha estrutural
Que me remete à loucura.

Sou um romance fortuito
Entre o destino e o acaso,
Oração de um anticristo;
Sou mero curto-circuito,
Uma aurora e um ocaso,
Um yin e yang imprevisto

Sou um gesto disfarçado
Na timidez que vagueia
Neste mundo sem idade,
E sou um mar encrespado,
Uma imensidão que ondeia
Entre paixão e saudade.

09/07/2009
22:42