Sorvo a matéria insípida da linguagem
Por entre os lábios ressequidos;
Pasmo perante a vocabular paisagem
Que transborda entre os séculos repetidos;
Rezo a semântica em constante aprendizagem,
Recito os versículos adormecidos;
E após atingido o contorno da imagem,
Lavo o rosto aos meus dedos vencidos.
Depois recomeço outra epopeia:
A palavra na mão que golpeia,
E o golpe errante na mão que se demora
É de dentro para fora.
Reciclo o material plástico das imagens;
Reformo a prisão dos signos foscos;
Entrelaço cordas vocais, pensamentos... as mais paragens
Que dão guarida aos meus sentimentos toscos.
Elevo estes vislumbres de sentido
Ao expoente das parábolas incorpóreas:
Cometo herética convergência, divertido,
Entre os sonhos reais e as falsas memórias.
18/10/2010
13:39
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