quinta-feira, julho 11, 2013

Tique-taque.


Quantas horas se derramam
Dos olhos em vãos intentos?
Escravas em tantos momentos,
Choram, riem, gritam, clamam

Que algozes as martirizam
Com desvairadas torturas;
Doces artes, horas duras,
Que ora afagam, ora as pisam?

Que crimes trazem consigo
As horas desalinhadas;
Que culpas lhes são cobradas
Neste implacável castigo?

Horas não, vidas inteiras
Ao sabor do que as transcende.
Se alguma coisa se aprende
São já horas derradeiras.

Ingénuas ou libertinas,
Caprichosas ou prudentes,
Das mais horas penitentes
Sobram templos em ruínas.

10/07/2013
13:50