sexta-feira, setembro 19, 2008

Filosofias.

O vazio da mente é o tecido do Cosmos...
A consciência do vazio é o que tudo torna possível.
O concreto é a idealização do espectro hipotético da realidade,
Um delírio breve que se esfuma enquanto vinga nos nossos olhos e ouvidos,
Qual fósforo que brilha só para se apagar,
Não antes de incendiar um novo pavio,
Deliberadamente ao acaso,
Na continuidade discreta do Universo.
A equação é imperfeita, mas funcional,
E o arquitecto, esse, esconde-se na sua própria obra,
Intocável na sua incólume presença,
Omnipresente na sua insopurtável distância,
Verosímil na sua honestidade de conservar aquilo que a ninguém pertence.
E no rodapé, um sonho que corre sem pressa;
Afinal, tem a eternidade reservada para todos os caprichos,
Passados e vindouros,
Uma azáfama amena do lirismo divino.
Sou uma estrela que emana vida;
Aqui faço e disponho, sem reservas, sem soluços,
Uma façanha que se sucede despercebida a uma outra que já é história,
E uma história que se perde nos confins do concebido.
A razão de tudo isto é a razão de tudo o resto,
Se for caso, esse, para dizer que algo resta,
Mas não fosse pelas razões que não se deslindam,
Nada, nem ninguém, seria, portanto.

19/09/2008
22:04

terça-feira, setembro 09, 2008

Esmorecimento.

Há momentos de consternação infundada,
Em que um nado nadavoraginoso me desgosta,
Acalentando consigo o tropel soluçante
Que é resfolgo desnudo de uma erudição desfigurada.
Cenários sem corpo,
Apatia no lugar das estrelas,
E um propósito nublado que se inflama sem se consumir.

É o sobretudo do tempo,
O alforge da memória,
E os alicerces da pertinácia,
E só na prorrogação do marasmo se engana,
Ainda que por escassos momentos,
A paralisia rupícola da minha mente.


O entardecer é mais meigo entre amigos,
E o sol mais ameno entre os instantes...

09/09/2008
23:22