Quando, de olhos fechados, acordo nos meus sonhos,
Sei-me vivo.
Depois, os olhos abrem-se.
Acordo dos meus sonhos e a dúvida instala-se,
Como uma diva,
Nos luxuosos aposentos que erigiu na minha mente.
É depois de abrir os olhos que o verdadeiro sonho começa,
E tu só queres fechá-los de novo...
Eu
Só quero fechá-los...
Por que não me encontro sem ser às escuras?
Por que há-de a luz encandear-me de sonhos que não são os meus?
Serei eu um ser das trevas solto na chama do mundo,
Condenado a buscar, na escuridão,
A sombra que me embalava quando,
Há muito tempo,
Me construía no ventre cansado de um deus indemovível,
Em interminável contemplação da variedade de espécies,
Os rostos da sua presumida completude
E as armadilhas iminentes do ciclo fechado com que se realimenta de propósito?
E quando, por fim, torno a fechar os olhos,
Mostro-me a mim mesmo no espelho deformado do particular,
Enquanto ao reflexo se misturam, por vontade própria,
Fragmentos do sortido da imponderabilidade
A que chamamos vida.
No fundo, acordo apenas para tornar a adormecer,
Reiterando a alma e o cosmos
À medida do meu quinhão de vivência,
Do que experimento da extensão indizível do ser.
06/12/2010
16:31
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5 comentários:
Que escrita mais destrambelhada!...
Vê lá se agora com o facebook não te esqueces deste sitio!
o blog morreu pa 2011?
é melhor assim!!!!
Este tb ta interessante
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