sábado, março 02, 2019

Jardim de Saudade

Estes versos que hoje canto
São saudades em botão.
No jardim do desencanto,
Todos os versos que planto
São rebentos da paixão.

São penas que remanescem,
Dissabores que ato em molhos;
Mágoas que brotam e crescem,
Fazem-se versos, florescem,
Regados pelos meus olhos.

São lembranças que, a cantar,
Transplanto pela raiz,
De outro tempo, outro lugar,
De outro jardim tão vulgar
Onde o fado não me quis.

Por isso canto e me vejo
Neste jardim de saudade,
Onde as flores que versejo
São botões do meu desejo
De ser jardim sem idade.

25/02/2019
18:03

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