sábado, fevereiro 23, 2008

DesNort(e)ado.

Trevos de quatro folhas e ferraduras abençoadas
Tropeçam no meu caminho em frenesins descabidos,
Relento de oportunidades baralhadas,
Frutos da ocasião de geração espontânea,
Galgos velozes no impasse da torrente,
Lívido como a ponta de um cigarro.

As aragens trazem fulgores esbatidos das silhuetas do desejo,
Compassos de ternura divina,
Flauta de Pã, lira de Apolo…
Verdes as vivências desgarradas do Outono,
Num concílio onde se vetam fases mortas,
Vivo no domicílio das imagens.
Grande o suplício da vindima dos temores,
Herodes, Calígula, Sun-Tzu…

Doravante, libertinagem gritante,
Diademas marchetados das minhas cores,
Estrela de David, Andrómeda, o infinito…
A verdade são duas gotas de mel de rosmaninho.

Semelhança na indiferença,
Diferença na temperança,
E o sufoco que se entaipa na garganta.
As memórias são de pano,
Mapas do fim do mundo, Cabo das Tormentas…
Ao largo zarpam as glórias que se revezam,
Futuro jucundo, idade doente,
Claras as certezas de um bocejo.
Ao mar…

Chove a semântica nos prados e a retórica nos abismos,
E chove assim a dúbia senda do que já fui,
Do que vou sendo,
Do que morri e do que morro…
Afinal, nem todos os pássaros rumam ao Sul.

22/02/2008
4:59

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