Um clarão profuso no campo de visão,
Uma atípica integridade que se arremessa contra os muros,
E lembrar-me, enevoado, de um tal sabor ou da palidez de um rosto enviesado,
A cor dos dias vista à lupa, rastreada,
Um recenseamento eficaz de toda a flacidez espasmódica ao meu redor.
Tréguas de luz no abandono do refúgio,
Contenho os olhos, as pálpebras estremecem,
Mas inundo-me, uma vez mais,
E o metrónomo precipita-se no exangue falatório do costume:
Sem que a ninguém se dirija, a todos convence;
Sem mencionar o meu nome, eis-me cativo e em fila.
Conheço quem me não negue nem tão pouco estime;
Lascas de uma madeira ainda em bruto,
Amontoada como tantas outras no armazém comunitário da Rua dos Medos,
Valores inacabados, começos interrompidos, ruptura,
Luxo moderno.
Faça-se o rio transbordar ainda mais,
Preencham-se as lacunas com as fezes dos seus subsidiários,
Lavemos o lodo das margens como o lodo que nasce do fundo,
Leito escorrido, leito vazio...
Lembro-me bem dos teus abraços.
Conheço-lhes o cheiro e a textura, tonalidades,
A sua banda sonora;
Sei o seu timing, os instantes de contacto,
As esperas, os ritmos,
Lábios que se amam, línguas que se ferem,
E um fio de lava que escorre nas veias e se entrega ao chão.
Conheço a fonte e o jusante,
E as velas de cheiro e os despertadores;
Sei-os, como tu, melhor do que ninguém...
Mas há vontades que não são nossas,
Alugadas há tanto tempo num beco pirata,
Velas desfraldadas,
Navio de conformidade.
Dispenso.
(Por agora...)
11/03/2009
06:56
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2 comentários:
UM EMBARALHAR DE PALAVRAS QUE NÃO DIZEM NADA...A waste of time!...
Quando não dispensares...avisa
If you love me..why'd you let me go?
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