Não gastes os nomes na languidez amorfa da esperança
Nem roubes à idade o delírio colectivo,
Alvoroço de sensações que te navega as veias
E que te inunda as polpas da malícia crédula de emendas
Talhadas em toros incorpóreos de madeiras obsolescentes,
Tanto as emendas como as polpas.
Não te vendas no mercado dos vulgares,
O respeito próprio penhorado pelas primícias de uma lavoura
Que se sustenta do estrume que o espelho te indicia,
Sensualidade e lascívia servidas na mesma macilenta bandeja
E um copo de veneno que se entorna,
Lívido na devoção dos seus sorumbáticos fiéis,
Sobre uma refeição de estulta ostentação que se havia
De matar a fome aos indigentes,
Sufoca, de obesidade mórbida, o egotismo do mundo.
Não sejas mais do que te coube, nem menos,
Não corras atrás de miragens, esvoaça,
Nem te acorrentes à obra diabólica, mais vale a heresia
De ser quimérico, poeta em noite de facas longas,
O manifesto anti-mim, a denúncia do nosso eu,
Ergue o estandarte em chamas e exclama:
"Obriga-me à grei que extorques, lucra, faz-me teu servo.
Ou morre a tentar!"
02/02/2010
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terça-feira, fevereiro 02, 2010
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