quinta-feira, janeiro 28, 2010

Polímata.

Prolífico vaticínio de encruzilhadas,
De índole vagamente lícita e irrecusável talento,
Devolve com seu hálito sempre fresco
Ao mundo a legítima formosura,
Enredada nas volúpias intransigentes
Urgentes dos seus resolutos intentos,
Ainda que em fracas silhuetas se dissipem no estertor último
Da vagueza do tempo.
Com seu condão de atrevimento, volante de sonhos singulares
No pluralismo báquico, orgia, avalanche ascendente,
Contraria a gravidade e esboça a verticalidade da alma,
As linhas de força vergadas à mera sugestão de imortalidade.
Sem compadrio nem mecenas, é verdadeiramente,
Ou tanto quanto possível,
A liberdade manifesta, inventiva,
Que ecoa e ressoa e se despe da concepção rígida;
Mergulha no viço instável dos potenciais do vácuo
E de cabeça reescreve o mantra original.
Esta aventura que, de mítica, de mística,
Desmistifica a semântica do Universo,
Vai para além do real sem dele chegar a partir,
Circum-navegação da hiperesfera, multiverso,
Construção de dimensões ortogonais ao próprio espaço,
Conquista da última fronteira de lídimo nome.


Aqui jaz a genialidade anónima,
A mestria inigualável,
Um autêntico polímata disfarçado de humano.

29/01/2010
15:58

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