Falta-me o ar nesta sala
Que cheia é de ilusões;
Oiço a voz, voz que me embala,
Que ora canta, ora me fala
Do bulício das paixões.
Estremece o crânio cansado
Dos suspiros que me vestem
Do luto negro e pesado,
Da marca do condenado,
Sem mais perdões que o contestem.
Mata-me a sede à fadiga
De ser sempre testemunha
De um passado que mitiga
E que afasta a mão amiga,
Que me dói e me estremunha.
Dá-me a palavra "perdão"
Enquanto há tempo e vontade
De erguer de novo a razão,
De olhar nos olhos a mão
Que me castiga a idade.
27/09/2010
17:22
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