sexta-feira, janeiro 30, 2015

Camuflagem

Não são sábias as palavras que digo
Nem se afiguram de rara beleza;
Palavras sem sabor e sem certeza
Nascidas dos vãos dias que mastigo;

Palavras com que o silêncio castigo
Em sílabas que entoo com rudeza;
Não são senão de mim mesmo a fraqueza
Sem nada além de mim trazer consigo.

É própria das palavras esta essência
De usar cada qual a sua linguagem
Ainda que aparentem coerência...

Uma sofisticada camuflagem
Perante a solidão da existência
Que dela nos esconde entre a folhagem.

30/01/2015
11:03

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