quarta-feira, outubro 31, 2018

Deusa

És pão no meu jejum, és primavera
Que vence este meu gélido torpor;
És bálsamo que acalma a minha dor,
Que me encontra febril e regenera;

És o porto de abrigo que se espera
Ao fim de um temporal devastador;
És a reza atendida e o favor
Da deusa já esquecida de outra era;

És quem me dá a mão se estou no fundo;
És transfusão de sangue e eu moribundo;
És cálida carícia no meu pranto;

És a graça maior que me enche tanto;
És mais do que eu mereço e, no entanto,
É por ti que me adio neste mundo.

13/07/2017