Testemunhas incompletas,
De curvas oficiosas,
Tangem odes circunspectas
Nas nossas almas rochosas.
I
Interjeição que se afoita
Por capricho delicado;
Um falsete inacabado
Que na calçada pernoita;
A tempestade que açoita,
Na sinapse dos poetas,
Circunferências secretas
De contextos vanguardistas,
Compõe na voz dos fadistas
Testemunhas incompletas.
II
Véu de tecido vincado
Que encobre ternos ditongos,
Disciplinados e longos
Dedos que pintam no fado
Cores "vizinhas do lado"
Entumescidas, vaidosas,
Colinas silenciosas
De onde a melodia emana
Numa geometria plana
De curvas oficiosas.
III
Indiferente se deita,
Todo livre de embaraços,
No calor dos seus abraços
De concepção imperfeita;
Um rodízio que se enfeita
De sensações indiscretas,
Um concílio de profetas
Com insinuações voláteis
Que, nas suas prosas tácteis,
Tangem odes circunspectas.
IV
Ilimitada ternura,
Transparente à ousadia,
Alheada à cobardia,
Percorre o tempo e perdura;
Requinte, amor e frescura
Em miscelâneas jocosas
De relíquias preciosas,
Pétalas párias, apenas
Desvendam-se almas serenas
Nas nossas almas rochosas.
11/02/2009
2:30
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
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1 comentário:
Décimas perfeitas em rima e métrica.
Sentido e assunto nada de nada!
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