Nunca antes conhecera saudade como esta,
Agridoce,
Que inebria o espírito e consome a mente...
É uma saudade simbiótica,
Que me encurrala em sonhos e me veste lutos insalubres,
Que arranha ao engolir
E que me perfuma a garganta com o paladar metálico do seu gume.
Saudade, que não aporta nem se abriga,
Que se entrega aos temporais desabridos da minha rejeição
E que naufraga nos meus silêncios toroidais de ciclos estéreis de mera estática.
Todos os dias me rouba um pouco,
Sem que em nada me acalente com meigos laivos consoladores;
Uma eterna dança de marés que depovoam praias
E amontoam escolhos nas profundezas
De mim...
Quem dera que um dia se gastasse essa impecável pontaria,
Ou que porventura à contemplação se rendesse,
Ou mesmo que se entregasse ao rumor crepitante do Eterno para que,
Enfim,
Repousasse.
Assim, com o paladar apurado e a textura amaciada,
Pudesse eu saboreá-la e dela nutrir o meu desalento;
Fosse eu capaz de ensiná-la a não pecar,
E seria eu o arlequim da frescura de todos os dias.
Nunca antes a saudade fora saudade...
29/09/2009
17:38
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1 comentário:
É um apontamento desapontado!...
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