terça-feira, setembro 28, 2010

O Cavalgar das Bestas.

Levo comigo o precipício da memória
De que me abeiro para olhar o meu reflexo
Mas vejo apenas uma sombra aleatória
Deste boneco articulado e desconexo.

Estico o baraço que me verga ao titereiro
Co'a força hercúlea das palavras mercenárias
Que andam na boca de quem se sabe carneiro
E vai matando a fome em direcções contrárias.

Desfaz-se um nó, mas estes nós são carne humana
Que, em sendo aberta, logo a fenda cicatriza:
Assim, se acaso um nó desfeito é p'la catana
Logo outros dois hábil polícia improvisa.

É, pois, ingrata esta emancipação da besta
Do jugo eterno das ilusões do zagal;
Com seu cajado, o gado guia e admoesta
Nas catacumbas do pecado original.

28/09/2010
17:39

1 comentário:

Anónimo disse...

Hum!!!???!!!??? I did'nt catch well what it is.