sexta-feira, novembro 05, 2010

Amor à margem.

É da margem dos conceitos que provém
Este amor que, em dimensão, tanto ultrapassa
Os limites do temor e da desgraça
E as fronteiras da virtude que contém;

De aparência, assume o que lhe convém
De tal forma que o próprio tempo estilhaça:
É um véu feito de sonhos que me abraça
Num convite para abraçar outro alguém.

É dos confins da memória que me espreita,
Dessa dimensão profunda que me habita
E que o peito tanto estica como estreita;

Como a deusa que os seus súbditos visita
Reduzindo a sua condição perfeita
À ilusão tosca de uma alma aflita.

24/10/2010
17:53

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