A túrgida palavra que me habita
Banal, mas inflamada de magia,
Agita-se ao sabor da ventania
E, à espera do momento certo, hesita;
Dotada de paciência infinita
Inquieta-se, porém, de cobardia
E oculta-se no ventre da poesia:
Ao mundo assim se dá, palavra escrita.
Porém, onde ali esconde a sua face,
Se um verso houvesse apenas pecador
Que o véu onde se abriga destapasse
Bastava pr'a que, enfim, desse rumor,
A tímida feição se revelasse,
Sublime de emoção: palavra amor.
17/05/2014
13:44
sábado, maio 17, 2014
quarta-feira, maio 14, 2014
Procurar-te é o meu fado...
Mote:
Não te encontro em nenhum lado
Mas nalgum lado hás-de estar;
Procurar-te é o meu fado,
Canto só p'ra te encontrar.
I
Vi num sonho essa miragem
E qual fiel peregrino
Dela fiz o meu destino,
Não mais conheci paragem.
Desde então estou de viagem,
Vivo num sonho acordado
Buscando o rosto corado
Que vislumbrei certa hora.
Por que te escondes senhora?
Não te encontro em nenhum lado...
II
Corri matas, galguei estradas,
Bati vales e montanhas,
Não me poupei em façanhas
P'ra ver-te as faces rosadas;
Repeti-me em abaladas
Com um prazer invulgar;
No furor de te abraçar
Deixei p'ra trás tudo o mais...
Nunca de ti vi sinais
Mas nalgum lado hás-de estar.
III
Do meu peito foi brotando
Uma canção quase prece
E só cantá-la enternece
Os dias que vão passando;
Dias, semanas buscando
Esse tesouro sonhado,
A cantar sigo encantado
De esperança fugidia
Afirmando noite e dia:
Procurar-te é o meu fado.
IV
Hoje por vezes duvido,
Julgo que é vã a procura,
Mas se adivinho a doçura
Do teu olhar prometido
Entre olhares sem sentido
Nalgum ditoso lugar,
Corro p'ra ti a cantar
Pelos céus abençoado;
Até lá, se canto o fado,
Canto só p'ra te encontrar.
14/05/2014
13:10
Não te encontro em nenhum lado
Mas nalgum lado hás-de estar;
Procurar-te é o meu fado,
Canto só p'ra te encontrar.
I
Vi num sonho essa miragem
E qual fiel peregrino
Dela fiz o meu destino,
Não mais conheci paragem.
Desde então estou de viagem,
Vivo num sonho acordado
Buscando o rosto corado
Que vislumbrei certa hora.
Por que te escondes senhora?
Não te encontro em nenhum lado...
II
Corri matas, galguei estradas,
Bati vales e montanhas,
Não me poupei em façanhas
P'ra ver-te as faces rosadas;
Repeti-me em abaladas
Com um prazer invulgar;
No furor de te abraçar
Deixei p'ra trás tudo o mais...
Nunca de ti vi sinais
Mas nalgum lado hás-de estar.
III
Do meu peito foi brotando
Uma canção quase prece
E só cantá-la enternece
Os dias que vão passando;
Dias, semanas buscando
Esse tesouro sonhado,
A cantar sigo encantado
De esperança fugidia
Afirmando noite e dia:
Procurar-te é o meu fado.
IV
Hoje por vezes duvido,
Julgo que é vã a procura,
Mas se adivinho a doçura
Do teu olhar prometido
Entre olhares sem sentido
Nalgum ditoso lugar,
Corro p'ra ti a cantar
Pelos céus abençoado;
Até lá, se canto o fado,
Canto só p'ra te encontrar.
14/05/2014
13:10
terça-feira, maio 13, 2014
Prece ao Poeta
A voz de todo o poeta
Nasce e morre por inteiro
Nasce de sonhos repleta
E morre em seu cativeiro
Alma elevada e sublime
Logra do mundo o mistério
Nele se apoia e se exprime
Dele erige um novo império
Desta obra-prima do mundo
Exalta-se o seu sentir
E nesse êxtase rotundo
Cego, vislumbra o porvir
Poeta que sois rendido
À graça da Criação
Dai-nos o sonho perdido
Guiai-nos, dai-nos a mão
13/05/2014
21:07
Nasce e morre por inteiro
Nasce de sonhos repleta
E morre em seu cativeiro
Alma elevada e sublime
Logra do mundo o mistério
Nele se apoia e se exprime
Dele erige um novo império
Desta obra-prima do mundo
Exalta-se o seu sentir
E nesse êxtase rotundo
Cego, vislumbra o porvir
Poeta que sois rendido
À graça da Criação
Dai-nos o sonho perdido
Guiai-nos, dai-nos a mão
13/05/2014
21:07
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