sábado, maio 17, 2014

Palavra Amor

A túrgida palavra que me habita
Banal, mas inflamada de magia,
Agita-se ao sabor da ventania
E, à espera do momento certo, hesita;

Dotada de paciência infinita
Inquieta-se, porém, de cobardia
E oculta-se no ventre da poesia:
Ao mundo assim se dá, palavra escrita.

Porém, onde ali esconde a sua face,
Se um verso houvesse apenas pecador
Que o véu onde se abriga destapasse

Bastava pr'a que, enfim, desse rumor,
A tímida feição se revelasse,
Sublime de emoção: palavra amor.

17/05/2014
13:44

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