Fica na berma encostada
À espera de uma boleia
A vida quando receia
Dobrar as curvas da estrada
O mapa que traz consigo
É uma bússola sem norte
E não garante um transporte
Que evite cada perigo
Não usa a quinta mudança
Por medo de ter um furo
Porque não tem um seguro
Nem cinto de segurança
Desde que um dia sentiu
Que derrapou na viagem
Pôs o carro na garagem
E nunca mais conduziu
Fica na berma encostada
À mercê de quem a leve
E diz que já não se atreve
Fazer-se de novo à estrada
23/11/2016
15:54
sábado, novembro 10, 2018
quarta-feira, outubro 31, 2018
Deusa
És pão no meu jejum, és primavera
Que vence este meu gélido torpor;
És bálsamo que acalma a minha dor,
Que me encontra febril e regenera;
És o porto de abrigo que se espera
Ao fim de um temporal devastador;
És a reza atendida e o favor
Da deusa já esquecida de outra era;
És quem me dá a mão se estou no fundo;
És transfusão de sangue e eu moribundo;
És cálida carícia no meu pranto;
És a graça maior que me enche tanto;
És mais do que eu mereço e, no entanto,
É por ti que me adio neste mundo.
13/07/2017
Que vence este meu gélido torpor;
És bálsamo que acalma a minha dor,
Que me encontra febril e regenera;
És o porto de abrigo que se espera
Ao fim de um temporal devastador;
És a reza atendida e o favor
Da deusa já esquecida de outra era;
És quem me dá a mão se estou no fundo;
És transfusão de sangue e eu moribundo;
És cálida carícia no meu pranto;
És a graça maior que me enche tanto;
És mais do que eu mereço e, no entanto,
É por ti que me adio neste mundo.
13/07/2017
quarta-feira, abril 25, 2018
Pergunto
Pergunto ao mar alto porquê
Pergunto às estrelas p'ra quê
Mistérios que exalto à mercê
Do que entre janelas se vê
Pergunto às montanhas o quê
E ao vento se crê ou não crê
Perguntas tamanhas, sem quê
Nem porquê
Pergunto ao mar todo onde vou
Pergunto à poeira quem sou
Que chuva, que lodo agitou
Que rubra lareira me inflou
Pergunto ao luar se me amou
E ao sol se por mim deflagrou
Só sei duvidar queira ou
Não queira
Pergunto ao mar longe se não
Imploro ao mar perto que não
Que o mar é um monge, um soldado
Que o mar não é certo ou errado
Estrelas, poeiras serão
Caindo entre os dedos no chão
E não são inteiras senão
Por um instante
18/04/2018
19:35
Pergunto às estrelas p'ra quê
Mistérios que exalto à mercê
Do que entre janelas se vê
Pergunto às montanhas o quê
E ao vento se crê ou não crê
Perguntas tamanhas, sem quê
Nem porquê
Pergunto ao mar todo onde vou
Pergunto à poeira quem sou
Que chuva, que lodo agitou
Que rubra lareira me inflou
Pergunto ao luar se me amou
E ao sol se por mim deflagrou
Só sei duvidar queira ou
Não queira
Pergunto ao mar longe se não
Imploro ao mar perto que não
Que o mar é um monge, um soldado
Que o mar não é certo ou errado
Estrelas, poeiras serão
Caindo entre os dedos no chão
E não são inteiras senão
Por um instante
18/04/2018
19:35
terça-feira, março 27, 2018
Corrente
Não há poemas sem vida
E não há vida sem morte
Não há morte sem partida
Não há partida sem norte
Não há norte sem lugar
Nem há lugar sem momento
Não há momento sem par
E não há par sem tormento
Não há tormento sem dor
Não há dor sem uma cura
Nem há cura sem amor
E nem amor sem loucura
Não há loucura sem fundo
E não há fundo sem cume
Mas não há cume sem mundo
Nem há mundo sem ciúme
Não há ciúme sem beijo
Não há beijo sem carinho
Nem carinho sem desejo
Nem desejo sem caminho
Nem caminho sem barreira
Nem barreira sem dilemas
Nem dilemas sem cegueira
Nem cegueira sem poemas
23/02/2018
18:29
E não há vida sem morte
Não há morte sem partida
Não há partida sem norte
Não há norte sem lugar
Nem há lugar sem momento
Não há momento sem par
E não há par sem tormento
Não há tormento sem dor
Não há dor sem uma cura
Nem há cura sem amor
E nem amor sem loucura
Não há loucura sem fundo
E não há fundo sem cume
Mas não há cume sem mundo
Nem há mundo sem ciúme
Não há ciúme sem beijo
Não há beijo sem carinho
Nem carinho sem desejo
Nem desejo sem caminho
Nem caminho sem barreira
Nem barreira sem dilemas
Nem dilemas sem cegueira
Nem cegueira sem poemas
23/02/2018
18:29
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