Então subamos
As escadas que o amor nos impinge
Em corrida veloz como quem finge
Ter pressa de chegar à sua porta
Senão vejamos
São sempre águas moles em pedras duras
Em rampas percorridas às escuras
Em busca da paixão que ali jaz morta
Trocam-se as voltas
Num rodopio que joga às escondidas
Por becos, praças, ruas e avenidas
Com esperança de tropeçar na verdade
Com frases soltas
Constroem-se rimas ao desbarato
E soltam-se as pedras do meu sapato
P’ra “dar o corte” com impunidade
Portões cerrados
Após vender negativas em saldo
Sem sequer dar espaço p’ra o rescaldo
Abafam-se as memórias num caixote
Braços atados
Atrás das costas destas contingências
E nem se leva a cabo diligências
Com medo de afoitar mais o chicote
Então subamos
Mais uma vez por essa escadaria
Façamos dela o pão de cada dia
Voando entre os degraus a derrapar
E nisto andamos
Uma vida inteira atrás duma vida
Que nos preencha o feitio e a medida
Sem sequer aprender o que é amar
15/10/2007
21:44
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário