sábado, julho 26, 2008

Cornucópia.

Somos tantas vezes inconcussos,
Embora à custa de arrestos e de embargos…
Somos a prognose original, na nossa casca de noz engelhada
Encarquilhada das façanhas de prosápia equivocada
Que alvitramos na génese dos factos.
Somos criaturas de substância espinhosa,
Alpendres de glória esmorecida,
Compadecidos e ustulados para a sublimação do ser abjecto.

Quero exclamar todas as interjeições antes que fiquem pálidas,
Para que as oiçam e mastiguem os barões da primazia,
E quero que naveguem até ao país sem epítetos
Para aí sublevarem os vocábulos residuais.
Inteireza deformada por didácticas obsoletas mas imortalizadas numa efeméride vernácula,
Quando o imo da existência é a renúncia do vácuo incorrompível.

Misantropia na contextura do ser, sem atoardas nem ardis melífluos;
Eremítico na forma de estar, anacoreta na maneira de parecer,
Afinal um ciclo irrevogável de providência imaterial.
Façamos do nosso âmago uma cornucópia axiomática de aprazimento,
E abracemos o estatuto do sagrado,
Pois que ao homem cabe o que ao Supremo transcende
No seu marasmo insolente de quem conhece os motivos.

26/07/2008
16:35

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