quinta-feira, julho 10, 2008

Desmantelamento.

Não há metáforas para a vida porque a vida é, em si mesma, uma metáfora.
Pinta-se e escreve-se e representa-se,
Tentando desvendar as pistas que encontramos desancoradas pelos trilhos,
E compõe-se e esculpe-se e guerreia-se,
Pregando aos infiéis com o pão da vida numa mão e a chave da eternidade na outra,
E descobre-se e cultiva-se e aprende-se
Que vida é uma alegoria de si própria,
E que os opostos não são duas faces da mesma moeda, mas sim um bivalve de concha fechada.
Sacode-se o espírito e espicaça-se a mente
Nesta corrida de estafetas em que não há vencedores,
Convencidos que estamos de significados para o propósito,
Quando somos a realidade virtual do Universo,
Bits de consciência lançados na demanda da conscienciosidade…

Agora sente que o mundo é só um mundo,
Que a vida é pouco mais que vida,
E dá o braço a torcer à fragilidade do ser:
Pois por mais que se corra atrás de qualquer resposta,
Correm todas as indeterminações atrás da vida que carregamos.

10/07/2008
17:24

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