segunda-feira, dezembro 15, 2008

Conc(e)r(e)to.

Os corpos fluorescem à luz roubada de um bolero,
Sonhos sobre sonhos sobre a natureza do sonho
Túmido.
Azul, tingido a pastel, corriqueiro
Na melodia de uma sombra vocalizada;
Sílabas que entretêm a espera diminuta,
(Não deixes que a memória te estrague a surpresa...)
Um passo cadente depois de outro sucedente.

A trovoada, entretanto, coaduna-se ao seu murmúrio,
Num ruído que se inventa a cada repetição,
Sucessão nunca monótona, átona, perpétua,
Como uma súplica abdicada num trono em ruínas.

Gosto de timbres insatisfeitos
E amantizados de quirais, logrados cinzentos adágios.
As minhas horas desfiadas no vento de mim...
Depois de tudo,
Em antecipação vacilante,
Recorta-se em papel autocolante um ou dois momentos de consternação;
Na película fina que os envolve, mentem-se os silêncios que ficam por se ouvir:
O último sempre, para sempre,
Em primeiro lugar.

11/12/2008
00:07

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