domingo, dezembro 07, 2008

Palimpsesto.

Não haveria, ao levantar,
Uma canção já de embalar
E uma caneca vazia;
Nem sentiria, à beira-mar,
A sensação a namorar
As cores de um fim de dia.

Não...


Não me atormentes com o licor das palavras,
Palimpsesto recortado em dois tangrams;
E os exímios hominídeos representam
A folha morta das nações...

Entendo que se desenhem as guerras,
Ao ponto de se pensarem vocábulos sem raça,
Enquanto o ocaso se espraia pela simpatia do agora.
Entendo que se costurem muros
Como alicerces de uma fome comiserada,
Um redondo inquieto, embarcado neste veleiro,
A prova giratória que anoitece e apodrece.


Se o alento mo concedesse,
Navegaria ao infinito,
Desta noite gelada,
Infinito,
Duas mãos de mão dada,
Infinito,
A trégua de todos os véus...

07/12/2008
6:31

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