sexta-feira, junho 12, 2009

Contrição.

Um coração de barro
Periclitante,
Entorpecido amante
Abomivável,
O sonho não palpável
De um enjaulado
Que entretem o seu fado
Noutro cigarro
Menos bizarro.

A mão ao peito atada
Sabe gemer
O pálido querer
Que me entedia
Num vão de simetria
Tão inestética,
Num vão de dialética
Entediada:
Mão amputada.

Sou desmancha-prazeres
Torto e grosseiro,
Sou segundo ou terceiro
Nas entrelinhas,
Sou cadáver de espinhas
Que mutilado
Se encaixa em mais um fado
Nos afazeres
De tantos seres.

Falcão de olhos vendados,
Tiro certeiro;
Avanço e sou primeiro
P'ra recuar...
Uma esfera armilar
Que é demontada
Na poesia errada
De errados fados
Improvisados.

A cor que transparece
Nesta pintura
É sonolente e escura,
Quase sombria;
Maré que morre fria
Nos grãos de areia,
E um fado que permeia
A sua prece.
E não estremece...

11/06/2009
22:38

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