Arde o fogo, queima a terra
Renova-se o chão p'ra tornar a nascer...
Chove a chuva, molha a cinza,
Refresca-se a terra e volta-se a crescer...
Ventam ventos, são lamentos
Levantando o pó das coisas que hão-de ser...
E eu sou fogo e chuva e vento,
Sou eu a ventar, a chover e a arder.
Cruzo mares e desertos,
Tão longe e tão perto de ali me encontrar...
Perco o rumo, encontro nortes
Ao sul desta sorte que teimo em buscar...
Leio mapas, leio a sina,
Sei as coordenadas mas não sei chegar...
Fico à espera doutro dia,
Sem chuva nem vento nem fogo a queimar.
Troca o vento pela brisa
Que afaga o meu rosto e me faz sentir
Que o calor do fogo às vezes
Conforta, acalenta, mostra-me aonde ir;
Chuva é fonte e mata a sede
Do meu horizonte para o atingir:
Chove a chuva, venta o vento,
Queima o fogo em mim p'ra tornar a partir.
05/11/2016
04:47
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