sábado, novembro 05, 2016

Valsa dos Mal-Amados

Uma história curta
Feita muito à bruta
E sem nenhum zelo;
Um conto de fadas
Que em menos de nada
Vira um pesadelo;
As vidas à toa
De duas pessoas
Buscando sentido,
Toscas tentativas
Que as lança à deriva
P'lo tempo perdido.

Conheceram-se ontem
E, embora defrontem
Reiterados cios,
Já paixões abundam
E os dois aprofundam
Os seus desvarios,
Que a paixão é cega
Nessa cega-rega
De lençóis e lua;
Fazem às escuras
Impensadas juras
Pela noite nua.

Depois vem o dia
E o que foi magia
Perde o seu encanto;
Dúvidas assaltam
Defeitos se exaltam,
Parece quebranto...
Muita expectativa
Esgota-se lasciva
Na noite anterior...
Tanto que se espera
E afinal não era
Este o grande amor.

A fábula é clara
Quando a gente pára
P'ra pensar um pouco:
Tantas investidas,
Coisas repetidas,
São artes de um louco;
Que a solidão custa
E inovar assusta
Quem nunca tentou...
Vão às cabeçadas
Repetir, coitadas,
O erro que as tramou.

03/11/2016
15:47

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