terça-feira, novembro 22, 2016

Hora da Ceia

Que silêncio me acompanha
Na noite dos meus sentidos...
Não há lobos na montanha,
Já não oiço os seus latidos,

Não há fogueiras acesas
Nem cheiro de erva cidreira,
Só estas mãos indefesas
Perdidas numa algibeira.

Que escuridão me ilumina,
Que fome me dá sustento...
E a solidão imagina,
Desta noite o testamento:

Sou herdeiro de um futuro
Que a lua nova ensombreia,
Um pôr do ser prematuro
Antes da hora da ceia.

22/11/2016
20:46

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