quinta-feira, julho 19, 2007

Desmistificação.

Gargantas de inveja num mundo de percevejos,
Com pus e sangue a brotar de inúmeras janelas róseas
Com vista para o rio.

A cidade ficou distante dos olhares indiscretos dos transeuntes,
Que já só admiram, com disfarçada consternação,
Uma ébria moldura de caixilhos pré-fabricados.

Jogos infantis pontuam as marés entre a fome e a lascívia,
Enquanto nas horas mortas as bruxas vagueiam pela ignomínia da bruma
De uma qualquer viela desfasada da contemporaneidade.

E as safiras outrora lançadas ao desalento
Perpetuam agora,
Embelezando ostensivas tiaras de inglório ensejo.

Rápido,
Porque o momento é incerto
E tudo o que não for agora jamais será ontem.

E a não ser a minha loucura,
Todas as insanidades são poeira estelar
Neste, portanto, recanto à beira do precipício.

Somos apenas suricatas;
E possuimos garras de lume
Para perseguir a vida que não existe.

19/07/2007
4:26

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