Apetece-me abraçar o diâmetro terrestre,
Fazendo dos meus dois braços anéis como os de Saturno,
E sentir desse modo o biorritmo frenético das profundezas a repicar como um carrilhão no meu peito.
(Quando, no dia anterior, após um magnífico ocaso que o céu deixou, por alguns, breves, instantes, marchetado de invulgares tonalidades, ao contemplar o último estertor luminoso, efémero despojo de um dia como tantos outros, mas apenas igual a si próprio, uma ave cuja taxonomia me era desconhecida, de penugem macia e colorida, e que soltava despreocupadamente majestosos trinados, entrou pela minha janela entreaberta, pousou sobre o meu ombro descaído, e segredou-me, num suave murmúrio, a verdadeira beleza de ser. Depois, voou.)
16/07/2007
0:43
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