As estâncias com que me visto
São eternas preconceituosas,
Mordazes lonas, fazendas justas,
Tecidas com a paisagem do nosso sanatório;
Uma penugem ridícula,
De aparência imberbe e descabida,
Vaticínio de fracasso,
Desabrida torrente dos vilões e dos heróis.
(Pelo cocharro da minha avó bebia em tempos água cristalina...
Agora,
Uma garrafa de um qualquer polímero artificial despeja
Fel na minha garganta.
Rio.)
Vestimo-nos todos os dias de príncipes e de ogres,
Escondendo a nudeza,
Zéfiro de milagres,
Que é nossa própria irrealidade.
(O relâmpago,
Contrariamente ao que se pensa,
Costuma escalar a atmosfera em direcção à abóbada nublada.
Aquele, caiu no meu quintal,
Onde planto a salsa e o cannabis.)
Vale a pena revirar destroços,
Esgravatar os escombros,
Estigmatizar o infortúnio dos sem nome,
Quando o Sol se levanta todos os dias do mesmo modo...?
02/03/2008
12:28
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1 comentário:
Jorge, parabéns! Não sabia que escrevias poesia. Gostei de ver. :)bjs
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