domingo, abril 13, 2008

Tour onírica.

Os sonhos são avessos da memória,
Acessos restritos de imaculada gnose,
Vencidos pelas frestas de uma persiana mal afamada.
Quando se sonha,
Conquista-se o passado e desvenda-se o futuro,
Multiplicam-se imagens e episódios,
E soletra-se de cor a mitologia do ser:
Anjos caídos e messias ressurrectos.

Nos sonhos, é-se livre de embaraços,
Mas prisioneiro de conceitos e desejos,
Numa tragicomédia ao estilo clássico escrita num papiro em combustão;
Sente-se o que não se sente só pelo hábito de sentir,
E julga-se compreender ou abdica-se do intento.

Na verdade, não há verdades:
Há impressões de concreto,
Enciclopédias cheias de palavras,
E uma mente programada
Hiperactiva
Para o desassossego.

Quando sonhares,
Sonha encoberto...

13/04/2008
00:20

1 comentário:

[Uni]Verso disse...

http://www.youtube.com/watch?v=eJ3bmGTDg1c