Sei bem que possuis dois credos,
Falas bem, és perspicaz...
Sei que tens o toque de Midas nos teus lânguidos dedos,
Segredos.
Sei bem de tudo o que és capaz...
Sei que te emprestas todos os dias,
Que te alugas, que te fazes valer;
Sei que alimentas, de mãos vazias,
Entre cólicas e correrias,
Uma fraca imagem de homem ou de mulher.
Sei que vagueias sem consentimento,
Que padeces, que enlouqueces,
Que te exploram pelo teu parco sustento,
Que te esvaziam do teu frágil alento,
E que te esqueces...
Sei bem onde e de quem te refugias,
Sei tanto mais que não digo...
Conheço os arquétipos, os símbolos, as alegorias...
Fracos guias
Quando o que faz falta é apenas um sorriso amigo.
Sei que não voltas atrás:
Não podes, não há como desmaterializar a memória;
Mas não te tornes também tu num Barrabás,
Escárnio divino de um povo que não conhece paz,
Inglória vitória.
Sei que não serás vencido.
Tens um desejo? Eu to concedo.
Mas não te acanhes no pedido,
Está, desde já, concedido.
Não tenhas medo.
26/04/2009
7:32
domingo, abril 26, 2009
domingo, abril 12, 2009
sexta-feira, abril 10, 2009
La Rèsistance - the Dream and the Dreamer...
Um gole tépido de cafeína para desentorpecer,
Dois ou três tragos de absinto para amenizar,
E um cálice pleno de veneno que derrama nuns olhos lacrimosos,
Desfocados,
Uma catarata de atrevimento,
A alma cativa na hipnose dissimulada dos teoremas quotididanos,
De tantos temas mundanos que parasitam a aparência de conteúdo.
Desalojados, sujeitos a todos os vendavais,
Erige-se uma infinidade de cemitérios onde repousaram,
Uma vez mais reprovados no exame do reducionismo materialista,
Todos os sonhos,
Imensidão desolada de excertos deliberadamente censurados da realidade.
Por vezes, uma insignificante flor adormece sobre uma campa abandonada,
Sozinha entre uma multidão de embriões arrancados ao ventre em que cresciam,
E vocifera denúncias ferozes do ridículo genocídio da condição humana,
Brama aos sete ventos a evidente conspiração de um colectivo masoquista,
Apenas para que, exausta, roufenha,
Praticamente afónica,
Se entregue nas mãos indecisas de um Criador senil,
Imersa no desgosto execrável de ser um rebelde condenado pela propaganda de um Universo plano,
Elementar.
Chega de clorofila derramada, sem desespero, num chão que a afugenta,
Chega de aromas inebriantes desperdiçados num aterro nauseabundo
Onde apenas singra o verme necrófago e a podridão
De uma constituição perpétua,
Algema;
Unam-se sementes ao húmus fresco,
Regue-se a mistura com a mais cristalina da águas primordiais,
E em pouco tempo,
O que outrora fora um pântano inabitável,
Será o pilar de toda a ciência e majestade.
08/04/2008
15:36
Dois ou três tragos de absinto para amenizar,
E um cálice pleno de veneno que derrama nuns olhos lacrimosos,
Desfocados,
Uma catarata de atrevimento,
A alma cativa na hipnose dissimulada dos teoremas quotididanos,
De tantos temas mundanos que parasitam a aparência de conteúdo.
Desalojados, sujeitos a todos os vendavais,
Erige-se uma infinidade de cemitérios onde repousaram,
Uma vez mais reprovados no exame do reducionismo materialista,
Todos os sonhos,
Imensidão desolada de excertos deliberadamente censurados da realidade.
Por vezes, uma insignificante flor adormece sobre uma campa abandonada,
Sozinha entre uma multidão de embriões arrancados ao ventre em que cresciam,
E vocifera denúncias ferozes do ridículo genocídio da condição humana,
Brama aos sete ventos a evidente conspiração de um colectivo masoquista,
Apenas para que, exausta, roufenha,
Praticamente afónica,
Se entregue nas mãos indecisas de um Criador senil,
Imersa no desgosto execrável de ser um rebelde condenado pela propaganda de um Universo plano,
Elementar.
Chega de clorofila derramada, sem desespero, num chão que a afugenta,
Chega de aromas inebriantes desperdiçados num aterro nauseabundo
Onde apenas singra o verme necrófago e a podridão
De uma constituição perpétua,
Algema;
Unam-se sementes ao húmus fresco,
Regue-se a mistura com a mais cristalina da águas primordiais,
E em pouco tempo,
O que outrora fora um pântano inabitável,
Será o pilar de toda a ciência e majestade.
08/04/2008
15:36
quarta-feira, abril 08, 2009
Multiverso.
Tenho cadernos repletos de omissões,
Vício inflexível da minha espécie encrespada
Que emana pulsos intermitentes
De radiação mutagénica,
Faróis de nevoeiro para a neblina que, mais uma vez,
Se avizinha.
Se, porventura, me contradigo,
Não me julgai desonesto,
Ou muito menos um mero menestrel de uma corte cismada,
Escondida nas fossas abissais de um qualquer oceano lunar;
Compreendei que sou isento de objectividade,
Que me entrego a cada linha como se fosse o prometimento de um novo universo.
Dessa forma, poder-se-á alcançar esta ténue e muito tímida disputa:
Serei um desígnio inconcebível de todas as minhas palavras,
E não um autêntico demiurgo de carne e osso?
Comece-se por uma página aleatória,
Vantagem alguma pode o tempo conceder,
E vislumbre-se cada segmento de gnose como um botão de pétalas enrugadas,
Cada estância como um canteiro de vagens tenras,
Cada matéria como a flora selvagem que se estende na vastidão da Criação,
Um simpósio de liquidez, ensaio de mim mesmo para com todos os eus.
Sempre se encontrarão as ramificações mais imponderáveis,
As verdades mais indecifráveis,
As irrealidades mais eloquentes,
Um retrato desenhado de cabeça quanfo do o sujeito se mascara de passado,
Um cubismo vacilante se se disfarça de presente,
E uma pintura rupestre se acaso se assume como futuro.
Não arriscai investigar qualquer desfecho,
Aquela derradeira asserção que apazigue a adrenalina desta viagem,
Um singelo epitáfio ao eterno deleite de abraçar a sublimidade;
Não pactuai com essas Moiras insidiosas à espera de por elas ser poupados.
A alma não se extingue, nem a existência se degrada,
Antes metamorfoseia-se
Continuamente.
Estai, pois, atentos à amplitude imensa do momento,
E se fordes perseverantes,
Podereis contemplar a dissipação última de todos os bits de ser,
Apocalipse aparente,
Génesis continuamente.
07/04/2009
15:34
Vício inflexível da minha espécie encrespada
Que emana pulsos intermitentes
De radiação mutagénica,
Faróis de nevoeiro para a neblina que, mais uma vez,
Se avizinha.
Se, porventura, me contradigo,
Não me julgai desonesto,
Ou muito menos um mero menestrel de uma corte cismada,
Escondida nas fossas abissais de um qualquer oceano lunar;
Compreendei que sou isento de objectividade,
Que me entrego a cada linha como se fosse o prometimento de um novo universo.
Dessa forma, poder-se-á alcançar esta ténue e muito tímida disputa:
Serei um desígnio inconcebível de todas as minhas palavras,
E não um autêntico demiurgo de carne e osso?
Comece-se por uma página aleatória,
Vantagem alguma pode o tempo conceder,
E vislumbre-se cada segmento de gnose como um botão de pétalas enrugadas,
Cada estância como um canteiro de vagens tenras,
Cada matéria como a flora selvagem que se estende na vastidão da Criação,
Um simpósio de liquidez, ensaio de mim mesmo para com todos os eus.
Sempre se encontrarão as ramificações mais imponderáveis,
As verdades mais indecifráveis,
As irrealidades mais eloquentes,
Um retrato desenhado de cabeça quanfo do o sujeito se mascara de passado,
Um cubismo vacilante se se disfarça de presente,
E uma pintura rupestre se acaso se assume como futuro.
Não arriscai investigar qualquer desfecho,
Aquela derradeira asserção que apazigue a adrenalina desta viagem,
Um singelo epitáfio ao eterno deleite de abraçar a sublimidade;
Não pactuai com essas Moiras insidiosas à espera de por elas ser poupados.
A alma não se extingue, nem a existência se degrada,
Antes metamorfoseia-se
Continuamente.
Estai, pois, atentos à amplitude imensa do momento,
E se fordes perseverantes,
Podereis contemplar a dissipação última de todos os bits de ser,
Apocalipse aparente,
Génesis continuamente.
07/04/2009
15:34
terça-feira, abril 07, 2009
Epónimo.
A ligeireza acabrunhada de um profeta
Que, acometido do vendaval do perdão,
Desvenda, em sonhos, o sorriso desse asceta,
Qual mercenário nos limites da visão.
Súbita a margem no precipício do ser,
Fábula escrita em letras de algodão tisnado,
Em em labaredas, colorido entardecer,
Os estuários de um coração sitiado.
Calcorreando uma improvável conivência,
A uma ingénua complacência se remete:
«A consciência, meu amor, a consciência,
Não se desvenda na razão que me promete.»
06/04/2009
19:49
Que, acometido do vendaval do perdão,
Desvenda, em sonhos, o sorriso desse asceta,
Qual mercenário nos limites da visão.
Súbita a margem no precipício do ser,
Fábula escrita em letras de algodão tisnado,
Em em labaredas, colorido entardecer,
Os estuários de um coração sitiado.
Calcorreando uma improvável conivência,
A uma ingénua complacência se remete:
«A consciência, meu amor, a consciência,
Não se desvenda na razão que me promete.»
06/04/2009
19:49
domingo, abril 05, 2009
Mandala.
Tenho o estigma das areias
Movediças;
Na mão que dá, o sangue das ideias,
E outra mão que arrecada os seus mutilados membros,
Carcaças só de cinza e suco gástrico.
O paladar dos signos preso ao céu da boca,
Como uma pastilha elástica à sola do sapato,
E falas como quem tropeça,
E foges como quem galga o vento,
Árido desfiladeiro que se faz transportar às costas do teu lamento...
Conta os passos ímpares da tua impaciência,
Insolência, insolvência,
E joga-mos em cara numa chuva de estrelas,
Fogo de artifício.
Uma agulha sem seringa,
Um néctar inanimado por assimilar,
A página solta-se, finalmente, do teu livrinho de bolso,
E ficas nua, perplexa, sob uma cascata de cores ebúrneas,
O corpo que trepida a caminho de mais um fôlego,
E uma mente esburacada que se evade a mais um disparo.
Entretanto, eu com sede e tu em chamas,
Copiosa coreografia concebemos,
Rastos de joelhos que se arrastam,
Marcados, velhos,
Velhíssimos...
Um atractor estranho de singular natureza,
O plano de Poincarè corrompido na sua irrevogável premissa.
Chamamo-nos todos os nomes,
Nenhum que faça verdadeiro jus àquilo que nos supomos,
E enquanto as palavras estéreis se coleccionam no álbum de família,
Nova sessão de acupunctura sobre uma laje de magma.
A pressão aumenta, transborda, inunda todo o tempo a consumar-se,
Mas não importa,
(Nada importa...),
Não é apenas mais uma derrota simbiótica:
É o chão que engole mais um pretérito,
O pântano que se consome e adormece,
Uma insuspeita, mas muito estreita
Mandala.
02/04/2009
08:04
Movediças;
Na mão que dá, o sangue das ideias,
E outra mão que arrecada os seus mutilados membros,
Carcaças só de cinza e suco gástrico.
O paladar dos signos preso ao céu da boca,
Como uma pastilha elástica à sola do sapato,
E falas como quem tropeça,
E foges como quem galga o vento,
Árido desfiladeiro que se faz transportar às costas do teu lamento...
Conta os passos ímpares da tua impaciência,
Insolência, insolvência,
E joga-mos em cara numa chuva de estrelas,
Fogo de artifício.
Uma agulha sem seringa,
Um néctar inanimado por assimilar,
A página solta-se, finalmente, do teu livrinho de bolso,
E ficas nua, perplexa, sob uma cascata de cores ebúrneas,
O corpo que trepida a caminho de mais um fôlego,
E uma mente esburacada que se evade a mais um disparo.
Entretanto, eu com sede e tu em chamas,
Copiosa coreografia concebemos,
Rastos de joelhos que se arrastam,
Marcados, velhos,
Velhíssimos...
Um atractor estranho de singular natureza,
O plano de Poincarè corrompido na sua irrevogável premissa.
Chamamo-nos todos os nomes,
Nenhum que faça verdadeiro jus àquilo que nos supomos,
E enquanto as palavras estéreis se coleccionam no álbum de família,
Nova sessão de acupunctura sobre uma laje de magma.
A pressão aumenta, transborda, inunda todo o tempo a consumar-se,
Mas não importa,
(Nada importa...),
Não é apenas mais uma derrota simbiótica:
É o chão que engole mais um pretérito,
O pântano que se consome e adormece,
Uma insuspeita, mas muito estreita
Mandala.
02/04/2009
08:04
sábado, abril 04, 2009
Nota Solta.
Vacilante entre o sonho e a sensatez,
Dois versos de uma página sagaz,
Uma vida, como qualquer, fugaz
Alento que se patrocina à vez.
Pergunto o que se viu ao que se fez
Mergulhado em rastilhos de lilás;
Pergunto o que se vê do que se faz
E acato, do meu eu, a pequenez.
Rudimentar muralha, que erigida
À minha volta, embrenha o meu castigo,
Um soluço engasgado à despedida...
Embalo, assim, de mim para comigo
Os vôos aliterados de vida,
O sentimento amado do perigo.
11/12/2008
01:56
Dois versos de uma página sagaz,
Uma vida, como qualquer, fugaz
Alento que se patrocina à vez.
Pergunto o que se viu ao que se fez
Mergulhado em rastilhos de lilás;
Pergunto o que se vê do que se faz
E acato, do meu eu, a pequenez.
Rudimentar muralha, que erigida
À minha volta, embrenha o meu castigo,
Um soluço engasgado à despedida...
Embalo, assim, de mim para comigo
Os vôos aliterados de vida,
O sentimento amado do perigo.
11/12/2008
01:56
Subscrever:
Mensagens (Atom)