Dois mundos que se entrelaçam dançantes,
Cientes, pois, dos furacões que encetam
Em debandada p’lo desfiladeiro;
Ruína entre o após e o pouco antes,
Dois pólos que se tentam e inquietam
Nos respectivos vícios de solteiro.
Tatuada essa voz no meu suor,
E os dedos que perdi nos teus cabelos,
E a sombra que nos rasga em mil quimeras;
Fantasmas que me levam a melhor,
Que afugento com terror de perdê-los,
Desvanecidos ecos de outras eras.
Caprichosa senhora, e sem fadiga,
Não queiras, com meu luto amplificado,
Matar anjos sem dor num grito mudo;
O leito que te rogo, mão amiga,
Um beijo entre lençóis endividado,
Concede-me esta noite o tu que és tudo.
31/10/2009
8:30
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