Elevam-se as almas num vendaval de sombras,
Vividas vidas num tempo recorrente,
E as estrelas interrompem o fulgor dos seus lábios
Para na sua morada acolherem o sossobrar de um Quixote de remendos.
Lilás e cinzento,
Agridoce,
Solarenga vissicitude de morder os calcanhares à Grande Roda,
Enquanto por ela nos deixamos prender e arrastar e esquartejar e perecer…
A vida em trilogias,
Marte nos meus devaneios,
Plutão desolado nos olhos,
E a monarca da noite a entreter-me os sonhos.
Texturas descosidas da inocência,
Hidratos de carbono nos intervalos,
Momentos abrasivos, Ursa Maior…
O meu vôo é o do cisne,
Deneb a minha consciência,
E a lira dos meus dedos mais parece uma guilhotina,
Carrasco de todos os males,
Penhor de todos os bens.
Quando abalei, de manhã, o sol era eterno.
Agora, findo o dia, chegada a hora, à beira do teu
Precipício
(Abismo, tintura, fera…),
A tua face tem menos brilho,
Mas o teu calor é mais brando,
Tépido baluarte do Império do Vento.
Deixa-me subir àquela árvore,
Colher um dos seus rubros frutos,
Mordê-lo,
Saboreá-lo,
Mastigá-lo,
Engoli-lo…
Deves-me a vida,
Assim como eu ta devo…
20/03/2008
16:45
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