As cidades são cheias de gentes no vazio das horas;
Pelas ruas caminham, tropeçam as pernas cansadas
Dos murmúrios vencidos em esquinas de betão armadas,
Vão com rumos que não são os seus, são loucas demoras.
Edifícios erguidos à glória de um tempo em suspenso
Aos meus olhos retorquem imagens que incendeiam, vivas,
Tentações fundeadas no lodo das almas cativas
No vai-vem incessante e austero que anula o bom senso.
São semblantes vidrados, opacos às curvas e esferas;
Sonham noites e dias inteiros sem fé que os sustente;
Fazem rezas, desfiam rosários de um deus indecente,
Embalando consigo as ausências, contando as esperas.
02/03/2010
11:25
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