O timbre do pôr-do-sol sabe a amoras.
As nuvens passageiras são como algodão-doce na minha córnea e cogumelos no meu palato.
Já contei cinquenta e sete grãos de areia,
Cinquenta e oito,
E duas gaivotas que passeiam taciturnas nas marés dos meus desejos.
Enxergo no horizonte a fina fronteira entre azuis,
Bordada pela mão das minhas saudades e urdida de sal e silício.
Encontro na casualidade dos dias a causalidade de um instante que é perpétuo,
E que sobrevive em simbiose com os meus eritrócitos.
E no fim do ocaso,
Cerrado o manto da negrura e acesa a candeia de Selene,
Dou por mim a vasculhar na espuma morta das minhas ondas,
Qual mendigo buscando perguntas para as suas respostas…
04/06/2007
22:05
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