A natureza é mesmo assim... Tem o encanto de um felino bravo que rasga o tempo com as suas garras, enquanto os seus olhos húmidos fitam brilhantes o horizonte. O seu pêlo é igualmente macio ao tacto, e tem um apurado sentido de alerta. Apenas esconde sob a sua máscara de selvagem beleza e exuberante requinte a sua verdadeira essência sobressaltada de algo subtilmente ameaçado e condenado a um desfecho. É um pouco diferente da matriz que compõe os homens: aliás, a história é o elo de ligação entre ambas as realidades similares. É soberba e obscura, excêntrica e sectista. É a fantástica discrepância entre felicidade descomprometida e moralidade humana. É, sem dúvida, a singularidade mais volúvel e inconstante de si própria. É o fetiche da dúvida metódica que caracteriza a consciência. E é tudo o mais que o papel e a tinta podem transmitir, e mais o que não podem.
Nós somos seus senhores e seus escravos. Exploramos a sua matéria mas devemos-lhe uma vida alugada sempre por prazo indeterminado, apenas estipulado como finito. E ela é uma cobradora insaciável, inflexível nas suas finanças. Afinal, até a natureza é economista. Só lhe falta ser banqueira.
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