Atrás de mim fica o rasto fumegante de alguém que se consome,
Resquícios breves de uma combustão praticamente espontânea em que sou o comburente:
Nunca o combustível efémero.
Possuo a grandeza desse elemento químico que nos dá de respirar,
Que nos escuda contra ventos solares e radiações letais,
Que corrói os metais e alimenta combustões aparentemente similares à minha.
Sou a pressão atmosférica sobre uma esfera azul de desorganizado equilíbrio
Ateando incêndios e inflamando álcoois e éteres,
Labaredas que não possuo mas que são minhas.
Expludo como gasolina num motor de combustão interna para mover-me.
O atrito da estrada gasta-me os pneus e abusa da minha entalpia.
Sou esse mesmo atrito e esses mesmos percalços,
E sou a viagem há tanto tempo planeada,
Esquecida ao nascimento.
No fim, apenas cinzas…
Morno.
Frio.
17/02/2006
13:10
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