O meu fascínio é uma tela
Onde pinto só com cores vivas
(laranjas e verdes principalmente)
As maravilhas de ser,
E os mistérios que isso implica,
E a constatação da ilusão de que tudo não passa.
Molho o pincel instintivamente,
Sem deliberação,
Seguindo vagos impulsos que me chegam envoltos em estática.
E os movimentos da minha mão não são os meus movimentos;
Eu não sou a minha mão: sou a outra mão.
Sou o espectador crítico e o emoldurador,
Mas não o artista...
Esse, é o meu fascínio.
O artista e a sua arte são dois extremos do mesmo cordel,
Cujo comprimento ultrapassa o mensurável.
A distância é causa da ilusão da dualidade
Pois, na verdade,
Não mais são que uma criança singela e incauta,
Brincando ingenuamente na sombra fresca de veredas insondáveis
A que nos habituámos a chamar de vida.
E o meu fascínio é tudo isso,
E não envelhece...
28/01/2006
20:15
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